Curiosidades

Antigamente sempre que se viajava, mesmo dentro do Pais e para curta distância, era obrigatório ter um passaporte para o efeito no qual constava a duração e destino da viagem assim como as caracteristicas fisicas do portador do passaporte. A altura media-se em polegadas. Uma polegada corresponde a 2,54 cm

Vejam aqui:



"Em 21 dei passaporte a Manuel Gerónimo Mocinha, solteiro, negociante, que vai para Estremoz e mais terras deste reino, idade 20 anos, altura 59 polegadas (1,50m), rosto regular, cabelo e sobrancelhas pretas, olhos pardos, nariz e boca regulares, cor trigueira, abonado por esta administração. Válido por 3 meses."


"Em 3 dei passaporte a Manuel Gerónimo Mocinha, solteiro, proprietário desta vila, que vai para terras deste reino em diligências próprias, idade 20 anos, altura 61 polegadas (1,54m), rosto regular, cabelo e sobrancelhas castanhas, olhos pardos, nariz e boca regulares, cor trigueira, abonado por esta administração, leva em companhia um criado por quem responde. Válido por 3 meses."

Nota: verificam-se algumas diferenças nos dois passaportes, derivadas provavelmente da apreciação dos funcionários que os passavam.


"Em 21 dei passaporte a João Carlos da Matta Gamboa de Mello e Minas, viúvo, proprietário, residente nesta vila, que vai para Proença a Nova, idade 27 anos, altura 65 polegadas (1,65m), de rosto regular, cabelo e sobrancelhas castanhas escuras, olhos pardos, nariz e boca regulares, cor natural, abonado por Firmino José da Matta, proprietário desta vila, válido por 60 dias."


"Em 12 de Junho de 1825 dei passaporte a João Rodrigues Mocinha para Lisboa e mais terras deste reino, por 3 meses e foi abonado por João António Ribº. Se digna assinar".



"Em 24 dei passaporte a Justo Garcia, negociante, natural de Torroallo (??), residente nesta villa que vai para Lisboa. Idade 35, altura 60 polegadas(1,52). Com rosto redondo, cabelo e sobrancelhas castanhos, olhos pardos, nariz e boca regular, cor natural. Válido por 40 dias, Campo Maior 24 de Junho de 1844".


"Em 2 dei passaporte a Justo Garcia, proprietário e residente nesta Villa que vai para Lisboa. Idade 36, Altura 61 polegadas(1,55m), rosto redondo, cabelo e sobrancelhas castanhas escuras, olhos pardos, nariz e boca regulares, cor natural. Validez de 3 meses"


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Certificado do Liceu Central de Lisboa, atestando que João Rodrigues Minas Mocinha fez exame de Francês no dia 4 de Agosto de 1883, tendo aprovado com a classificação de 15 valores




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 Transcrição de alguns excertos de notícias de jornais antigos, em que são referidos os nossos antepassados:





NOTAS DE LEITURA DE “O Transtagano
27/5/860
Constituição da Câmara Municipal de Campo Maior em 1860:
Presidente – João Bernardo do Rego
Vice-presidente – Gaspar da Encarnação
Fiscal – Francisco Henriques de Aguiar
Vogais – Manuel Jerónimo Mocinha e Manuel Pinto de Matos
            Secretário – António Vellez Teixeira
1/7/860
            A classe artística de Campo Maior ao Ilustríssimo deputado por Proença-a-Nova Sr. João Carlos Gambôa Mello e Minas:
            Merecestes Sr. deputado a gratidão de uma povoação inteira. Dignai-vos acolher benevolentemente a expressão dos sentimentos que animam todos os campomaiorenses. Campo Maior, 28 de Junho de 1860
(assinam dezenas de ferreiros, sapateiros, latoeiros, serralheiros, barbeiros, alfaiates, algibebes, peleiros, forneiros e  carpinteiros)


NOTAS DE LEITURA DE “O MUNDO”
O MUNDO – Dir. França Borges  (1871 – 1915)

O Mundo na Província – Campo Maior (p. 7)

Regressou de Lisboa o nosso amigo Sr. Manuel Jerónimo Minas, importante proprietário deste concelho e irmão do Sr. João Rodrigues Minas, actual provedor da Santa Casa da Misericórdia. Os nossos cumprimentos. (O Mundo, Lisboa, 4/11/1910)
O Mundo na Província – Campo Maior (p. 4)
A Comissão Municipal Administrativa, em sessão do dia 26 do corrente, aprovou as bases do contrato para a iluminação da vila a luz eléctrica. As primeiras bases do contrato foram elaboradas pelo distinto vereador João Camilo Meira, de parceria com o Sr. João Rodrigues Minas Mocinha, técnico e especialista no assunto e são: pela duração, por trinta anos; pela concessão do exclusivo da iluminação pública; pelo pagamento anual pela câmara de 1.200$000 réis para um mínimo de oitenta lâmpadas de dez velas, dois arcos voltaicos de força de 300 velas e dois de força de 500 velas; as lâmpadas acender-se-ão meia hora depois do pôr-do-sol, funcionando até à uma hora da noite com toda a intensidade luminosa e, desta hora em diante, com metade da força até meia hora antes do nascer do Sol; os arcos voltaicos de 300 velas funcionarão só durante 20 noites do ano, apagando à uma da noite. Os arcos voltaicos de 500 velas, quando se acenderem, apagam-se às duas.
Nota: no jornal há indicação de que, em algumas terras, era usado o acetileno na iluminação pública.
A câmara deliberou mandar imprimir as bases do contrato e abrir concurso que principiará a 1 de Agosto próximo e terminará a 30 de Setembro. Por alvitre do presidente, a câmara deliberou lançar na acta um voto de louvor ao vereador Meira e ao Sr. Minas

O Mundo na Província – Campo Maior (p. 5)
Está quase terminada a colheita da azeitona neste concelho. Calcula-se em 500 mil litros a produção de azeite este ano. Isto não incluindo a grande quantidade de milhares de quilos de azeitona exportada para as fábricas de conserva da vizinha cidade de Elvas. Tal o desenvolvimento que neste concelho vai tomando esta cultura. Já estão funcionando todos os lagares de azeite que há na vila e também o lagar a vapor dos importantes proprietários Minas Mocinha. Este lagar, inaugurado o ano passado e este ano aumentado com novos aparelhos que mais perfeito o tornaram, é o mais concorrido de fregueses visto que o precioso óleo ali é preparado com mais perfeição e as “fundas” são incomparavelmente melhores que noutros lagares.
O lagar conta com os seguintes aparelhos:
- um moinho sistema “Verachi” e outro “Balboutin” para moenda da azeitona;
- um remoedor “Valh” para bagaço;
- três prensas também sistema “Verachi” sendo duas para cinchos e outra para ceiras;
- baterias, bombas, etc.
Estes mecanismos são animados provisoriamente por uma locomóvel “Clayton” de 10 cavalos.
A elaboração diária regula por 7.800 quilos de azeitona.
O preço do azeite é de 2$200 réis por decalitro.

NOTAS DE LEITURA DE “A DEMOCRACIA PACÍFICA”, Elvas

12/1/86
PAUTA DOS 40 MAIORES CONTRIBUINTES
RECENSEADOS NO CONCELHO DE CAMPO MAIOR

FREGUESIA DA EXPECTAÇÃO
COLECTA
1.Manuel Jerónimo Mocinha
2.Manuel Dias Mendes
3.Pe Domingos Lopes da Matta
4.José Maria de Mattos
5.João Mendes Cigano
6.José Joaquim da Matta
7.Mariano Assis Bento de Mello
8.José Rodrigues Monteiro
9.José António Mexia de Bastos
10.Baltazar Rodrigues Soeiro Sénior
11.Manuel António de Matos
12.João Carlos Figueiredo Pereira Botelho
13.Joaquim Pedro da Silva
14.José de Sousa Miguéns
15.José Joaquim Carneiro de Carvalho
16.João José Mexia da Rosa
17.Manuel Candeias Monho Sénior
18.António Luís d’Aguiar
19.João Pereira Lata
20.António Rodrigues Dentes
21.João Bernardo do Rego
22.Sebastião Rodrigues Tenório
23.João Mourato Gromicho
24.João Rodrigues Dentes
25.Duarte Salavessa Junior
137$432
111$050
91$431
90$246
85$939
79$205
72$014
54$685
53$122
41$848
31$695
31$455
29$192
29$050
27$649
26$266
23$900
22$530
21$979
20$425
20$406
20$234
20$178
19$515
16$600
FREGUESIA DE SÃO JOÃO

26.Domingos Lopes Serra
27.José Joaquim da Silva Pereira
28.José Joaquim Cayolla
29.Cristóvão Cardoso d’Albuquerque Barata
30.Francisco Luís Serra
31.António Francisco de Abreu
32.João Gonçalves Niza
33.José Pinto
34.Diogo Mexia Cayola
35.António Joaquim Chocalheiro
36.João Francisco Dubraz
37.João Lopes Celestino
38.Pe João José Pereira de Mattos
39.Pe António de Matos
40.José Semedo Batuca
  117$632
87$790
77$159
76$051
61$700
31$ 464
29$765
29$365
27$980
26$762
23$097
21$176
20$835
19$340
16$720



NOTA: Parece que estes seriam os cidadãos elegíveis para os cargos de administração
na câmara municipal.


23/1/868
COMISSÃO CAMPOMAIORENSE QUE ESTEVE EM LISBOA
PARA EVITAR A EXTINÇÃO DO CONCELHO DE CAMPO MAIOR
D. Gonçalo Carvajal, proprietário e lavrador
D. José Maria de Carvajal, proprietário
Dr. António Maria Rodrigues dos Santos, médico
Cristóvão Cardoso d’Albuquerque Barata, presidente da câmara e proprietário
Joaquim José da Matta, proprietário
Manuel António de Mattos, proprietário
Joaquim Pedro da Silva, proprietário e comerciante
Manuel Jerónimo Mocinha, proprietário e lavrador
João António de Sousa, artista e proprietário
           Manuel Caldeira Cayolla, proprietário
Diogo Mexia Cayolla, proprietário
António Luís d’Aguiar, proprietário
Rodrigues Figueiredo Pereira Botelho, escrivão da câmara
António Maria Murteira, lavrador
            Reverº Cónego Domingos António Pereira, prior da Matriz
Barão de Barcelinhos, primeiro proprietário de Campo Maior
Dr. Mateus Cesário Rodrigues Moacho, médico e do conselho de saúde em Lisboa
            Faustino de Mena Aparício, Engenheiro
10 de Fevereiro, de 1868
“Verificou-se no domingo, 9 a eleição para a câmara municipal, correu tudo na melhor ordem possível e desejável.”
O povo reelegeu por unanimidade os que estavam à frente dos cargos municipais
Cristóvão Cardoso d’Albuquerque Barata
            Manuel Dias Mendes
José Maria de Mattos
Francisco Luís Serra
Manuel Jerónimo Mocinha (este foi substituir o Sr. João Carlos de Figueiredo Pereira  Botelho, há pouco nomeado governador desta praça.)
Para juízes de paz foram eleitos:
Manuel Caldeira de Miranda Cayolla
1º substituto - José Maria da Fonseca Regala
            2º substituto - Joaquim José da Matta.

7 de Maio 1865
O mês de Abril correu ventoso e com muito pouca água, excepto na última semana em que tem chovido muito, melhorando o aspecto das searas em geral, prometendo por consequência um ano abundante.
De filarmónicas, também o ano é abundante para Campo Maior, que já possui três; o que não é bom nas povoações, porque dão origem a rivalidades, passando daqui a inimizades e desordens.
Brevemente deve haver uma reunião geral no Grémio Campomaiorense, onde se goza de uma afinadíssima filarmónica dirigida pelo Exmº Sr. D. Gonçalo de Carvajal que a acompanha ao piano.
Quanto tem este jovem e simpático Sr. mostrado que possui um grande talento e vocação social!
O gozo no grémio torna-se invejável pela ordem, delicadeza e deferência que ali reina devido tudo aos cavalheiros de que ele se compõe; honra aos instituidores que transformaram uma casa de vício numa sociedade, que tem por fim um passatempo útil e honesto. Seja-me permitido estampar aqui os nomes dos cavalheiros a quem se deve a iniciativa deste progresso social e que são: João Carlos Gambôa Mello e Minas; Dr. António Teixeira Félix da Costa; João Francisco Dubraz; Cristóvão Cardoso d’Albuquerque Barata; Diogo Maria Cayolla; Manuel Caldeira Cayolla e João do Carmo Ferraz.
11 DE MAIO  DE 1865
Cinco maiores contribuintes fiscais de Campo Maior:
Manuel Jerónimo Mocinha ……… 127$032
Domingos Lopes Serra …………….  92$254
António Luís d’Aguiar …………….   91$839
Padre Domingos Lopes da Matta ….  83$905
Joaquim José da Matta …………….  76$640
7 DE JANEIRO DE 186
Algumas personalidades que contribuíram para o exilados espanhóis:
D. José de Carvajal e D. Justo Garcia, 4.500 réis
Manuel António de Matos e Manuel Jerónimo Mocinha, 2.000 réis
            D. Ana Benedicta Cayolla, M. Cayolla, José Augusto Cayolla, C. C. A. Barata, Pedro Augusto Nogueira de Lemos, Baltazar Rodrigues Júnior, Manuel Vicente, José Maria de Matos, Joaquim Pedro da Silva, Joaquim José da Matta, 1.000 réis.


                                  Notas de leitura de “A PLEBE”, Portalegre
13/12/908
Juntas do Distrito Campo Maior:
Juntas de Matrizes:

Presidente: João Rodrigues Minas Mocinha

Vogais efectivos: Domingos Lopes de Mattos Ribas; Daniel Joaquim Alves; João Carlos de Sousa Oliveira da Gama;
Vogais Suplentes: Manuel António Peito d’Aço; Justo Marcos Garcia Pereira; Manuel Sabino Palmeiro Serra
Repartidores :
Presidente: Francisco Henriques d’Aguiar
Vice-Presidente: Boaventura de Lima Sanches
Vogais efectivos: Firmino José Fonseca da Matta, António Joaquim Meira; José Martins Dias
Vogais Suplentes: Matheus José Serra Prateiro; João de Jesus Costal; Joaquim d’Almeida Fino
12/2/911
Guerra Peninsular
Projectam-se festas imponentes para o 1º Centenário da heróica defesa desta leal e valorosa vila, por ocasião da 3ª invasão francesa que teve lugar de 12 a 22 de Março de 1811.
Há uma comissão promotora de que fazem parte o Srs. :
Presidente – Tenente-coronel Palmeiro Serra
Vice-presidente – José A. Corte Real Mascarenhas
Secretário – Dr. Sérgio Parreira
VogaisJoão Minas Mocinha; João Camilo Meira; David Alves; Capitães Dores e Gama; professores e párocos da vila.

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Fotos de alguns trabalhos agrícolas no campo



Na eira - Agosto de 1905



Na herdade da Morgada - Maio de 1906


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Livro escrito por Joaquim Carlos de Mello e Minas, médico, e filho de João Carlos Gambôa de Mello e Minas






A casa, ainda existente, na Rua de S, Bento, nº 98, em Lisboa onde viveram José Carlos de Mello e Minas e Maria Magna. Ele era médico e filho do segundo casamento de Joao Carlos Gambôa de Mello e Minas (2ª geração).


                   




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Licença de Porte de Armas para caça do Avô Agnelo. 





Licença de Porte de Armas de fogo do nosso tio bisavô José Garcia Regalla








Doações de Agnelo Regala Minas de achados arqueológicos



Agnelo Regalla Minas (5 Geração) estudou no Colégio Escola Académica de Lisboa.



João da Gama Minas ( 6 Geração ) estudou no Colégio Infante Sagres, em Lisboa



Luis Manuel da Gama Minas ( 6 Geração) estudou no Colégio Moderno, em regime de internato dos 10 aos 17 anos.


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Artigo sobre Francisco Augusto Regalla


 




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Do Solar de la Tejada ( ramo de Don Justo Marcos y Garcia)

O brasão




A lenda de Nossa Senhora da Enxara 


Diz a tradição que certa mulher de Campo Maior estava a lavar a roupa no rio, acompanhada por uma filha pequena. A dado passo, a criança afastou-se para brincar, e pouco tempo depois regressou trazendo um brinco de ouro, que disse ter-lhe sido oferecido, para brincar, por uma senhora muito bonita. A mãe acompanhou a criança ao local onde esta disse estar a senhora, e lá deparou com a imagem de Nossa Senhora sobre uma pedra redonda, que ainda hoje se encontra na capela.
    Espalhada a notícia do achado, a população acorreu em massa, e devotaniente transportou a imagem para a vila, decidindo erigir uma capela na margem direita do rio, a meio caminho entre a citada pedia e a vila. Porém, todas as manhãs a imagem desaparecia e voltava a surgir sobra a pedra em que originariamente havia sido vista. Concluíram então ser esse o local escolhido para nele erguerem a capela.
    Esta lenda liga-se a uma outra, relacionada com a mesma santa, e que diz respeito à pedra redonda sobre a qual está assente a imagem, dentro da capela:
    Diz o povo que, quando não havia água nem chovia, se realizava uma cerimónia, um ritual, em que os habitantes deitavam, por entre preces, a pedra para dentro do rio, para que Nossa Senhora fizesse chover. Tal acontecia, precedendo-se então ao ritual inverso, que consistia em retirar a pedra do rio, colocá-la novamente na capela e sobre ela recolocar a imagem.